Conceito dos Hexagramas

EXPLICANDO OS HEXAGRAMAS DE FORMA RESUMIDA
Os hexagramas são “modelos” utilizados para expressar arquétipos de situações de interação do ser humano com as forças da natureza ou entre seres humanos. Inicialmente, no I Ching, eles foram representados por uma combinação de 6 linhas uma acima da outra, podendo ser contínuas ou não.
Após essa representação gráfica, foram acrescidos os ideogramas (símbolos ou desenhos que representa um objeto ou uma ideia), o texto do Julgamentos (usualmente é um conselho para um ser humano comum), o texto das Imagens (usualmente é um conselho para um ser humano elevado), o estudo do que representa cada posição do hexagrama (cada linha é uma posição, sendo a mais baixa a 1ª posição e a linha superior a 6ª posição) e o estudo da sequência dos Hexagramas.
Este material é aquele utilizado para o estudo oracular e, acrescidos dos comentários de Confúcio, para estudos aprofundados.
EXPLICANDO OS HEXAGRAMAS DE FORMA MAIS COMPLETA
Neste texto vamos discorrer sobre como os hexagramas foram desenvolvidos.
É uma história linda por conta do seu conteúdo e do respeito entre os autores que ocorreu durante o processo.
O início da história é mítico – então vamos embarcar nesta viagem com a mente aberta!
Um ser mitológico, chamado Fu Hsi, recebeu de forma surpreendente uma esfera com 8 trigramas (3 linhas, contínuas ou interrompidas, colocadas uma acima da outra): na primeira versão ele recebeu através de seres estelares, na segunda através do casco de uma tartaruga e na terceira da boca de um hipopótamo que emergiu do rio.
Com estes 8 trigramas Fu Hsi compreendeu tudo!!! E, para facilitar a nossa vida (muitos risos aqui!), ele colocou um trigrama sobre o outro exemplificando as 64 situações arquetípicas (ser humano interagindo com a natureza e ser humano interagindo com outro ser humano).
Em algum momento da história surgem os ideogramas (símbolos gráficos ou desenhos que representam um objeto ou uma ideia) que passam a ser os títulos dos hexagramas. Ao longo dos anos estes ideogramas sofreram acréscimo ou decréscimo de nuances ou até mudanças radicais, que puderam ser constatados por trabalhos arqueológicos. Estas modificações ocorreram por influência da compreensão de sábios das sociedades ou das culturas das sociedades.
A nossa história continua…
Rei Wen, que viveu nos idos de 1.143 AC , organizou os 64 hexagramas na disposição que .hoje é aceita. Esta organização é utilizada por autores como Richard Wilhelm e Alfred Huang dentre vários outros e é aqui abordada no título SEQUÊNCIA em cada hexagrama. Os textos das SEQUÊNCIAS mostram a razão pela qual um hexagrama precede um outro hexagrama específico.
Rei Wen aborda e desenvolve o conceito de como do homem comum vivencia uma situação, mas também começa a explorar o conceito do homem superior, que é um homem mais virtuoso e sempre consegue agir de uma forma adequada, obtendo um resultado neutro ou um resultado positivo da situação.
Em seguida, Duque de Chou acrescenta as explicações das linhas dos hexagramas. Cada linha representa uma posição na hierarquia da sociedade (povo, líder do povo, sábios do povo, classe alta, líder da nação e sábios da nação) e, da mesma forma que Confúcio, Duque de Chou vai evoluindo os conceitos do homem inferior, homem comum, ser mais elevado, sábios e os grandes reis da antiguidade.
Por último vem Confúcio que, como sabemos, tem uma rica produção filosófica e faz muitos textos dedicados ao I Ching. Ele escreve o que hoje é conhecido como as Dez Asas que são:
1ª e 2ª Asas: T’UAN CHUAN – Comentários Sobre as Decisões ou Comentários Sobre os Julgamentos;
3ª e 4ª Asas: HSIANG CHUAN – São as Imagens e os comentários sobre as linhas escritas por Duque de Chou;
5ª e 6ª Asas: TA CHUAN ou HSI TZ’U – O Grande Tratado ou O Grande Comentário;
7ª Asa: WÊN YEN – Comentário Sobre as Palavras do Texto;
8ª Asa: SHUO KUA – Discussão Dos Trigramas;
9ª Asa: HSU KUS – Sequência;
10ª Asa: TSA KUA – Coletânea de Indicações.
Todos estes textos são abordados em cursos mais aprofundados.
E, repetindo o dito acima, é impressionante como estes autores – Fu Hsi, Rei wen, Duque de Chou e Confúcio – não discutem entre si, eles evoluem o raciocínio iniciado pelo autor anterior complementando a ideia.
Enfim, os hexagramas, quando usados para consulta, são formados pelo desenho das 6 linhas, o Ideograma, Julgamento, Imagem e o estudo do que representa cada posição e, quando usado para um estudo completo são considerados todos os textos referidos acima e mais alguns outros textos de Confúcio.
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